'Estou cansada. Sei que tem algo errado comigo. Preciso descobrir o quê'
"Eu realmente pensava que eu era um alienígena. Eu não parecia ser como os outros humanos. Parece bobo, mas essa era a única coisa que meu cérebro infantil conseguia compreender.
Quando era bebê, as pessoas achavam que eu era surda. Mas não era – eu simplesmente não estava prestando atenção a elas.
Sofri muito bullying na escola. Acho que eu era um alvo fácil.
Foi muito desgastante. Durante as aulas, eu sempre sentia ter alguma dificuldade de aprendizado – algum tipo de bloqueio mental.
Quando os professores me faziam perguntas, meu cérebro desligava, precisava de um tempo extra para processar o que estavam me dizendo.
Só decidi que precisava de algum tipo de diagnóstico quando me formei em licenciatura. Pensei, 'estou cansada. Sei que tem algo errado comigo. Preciso descobrir o quê.'
Fui diagnosticada aos 22 anos. Agora, a maioria dos meus amigos são do espectro autista. É mais fácil assim.
Entrei para um grupo artístico liderado por pessoas com questões de saúde mental. Eles davam workshops de comédia – e a partir disso acabei virando comediante.
Em meu stand-up, não me sinto tão estranha quanto quando estou conversando com as pessoas socialmente. É algo natural, (porque) não preciso conversar com ninguém especificamente nem ficar pensando, 'será que é a minha vez de falar? Será grosseiro dizer tal coisa?'."
Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/geral-43549847
Essa matéria foi escrita por BBC, que conversou com sete britânicas que só descobriram ser parte do espectro autista quando já estavam na vida adulta. www.bbc.com
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